Crítica Girlboss S1: inspiradora

A famosa empresária Sophia Amoruso já chegou a faturar milhões com a Nasty Gal, e-commerce de roupas e acessórios, antes de declarar falência e vender o empreendimento. O império construído por ela, todavia, nasceu após várias barreiras serem transpostas.

Sophia chegou a revirar lixo nas ruas, furtar lojas e trabalhar em funções quaisquer só para conseguir o seguro-saúde. Sua história de regras quebradas e aposta no próprio talento virou livro e, mais recentemente, série na Netflix.

Baseada na vida de Amoruso, a comédia Girlboss, criada por Kay Cannon, apresenta nos treze episódios da primeira temporada o surgimento da empresa. A atriz Britt Robertson encarna de maneira apaixonante a empresária, com talento de sobra para nos fazer sorrir, chorar e, sobretudo, não ficar com raiva nos vários momentos que a personagem tem atitudes irritantes.

O roteiro consegue equilibrar bem sua jornada profissional e pessoal. Os muitos percalços para ser uma empresária de sucesso são entrelaçados com dramas afetivos que funcionam, apesar de serem explorados superficialmente em alguns casos.

A relação conturbada com os pais é interessante, assim como a amizade com Annie (Ellie Reed) e o namoro com Shane (Johnny Simmons). O aspecto mais formidável do romance é que ele ganha exatamente o papel que merece: o de ser coadjuvante. Já passou, felizmente, a época em que o sonho de toda mulher era casar com um bom marido, ser boa mãe e dona de casa.

A trama de Sophia representa muito bem a mulher do século XXI, que almeja muito mais do que um relacionamento amoroso. Nesse sentido, Girlboss é uma boa adição à lista de atrações como Veep Grace and Frankie.

A protagonista, apesar das suas falhas, serve de inspiração para os jovens sonhadores. É a prova de que vale apostar no próprio talento. Será fácil? Provavelmente não. Entretanto, há chances de, com empenho, as coisas darem certo.

Além dessa mensagem, a série também ganha pontos por trazer uma trilha sonora ótima. Destaque para Nasty Gal, de Betty Davis, claro. Mas rola muitas outras músicas boas, como Up, de Adopted Highways, e I’ll Come Crashing, de A Giant Dog.

Os poucos pontos perdidos ficam por conta das participações mal aproveitadas. RuPaul é formidável, comanda sua maravilhosa corrida de drags com maestria. Na série, no entanto, Lionel, seu personagem, é um tanto apático – talvez não tanto quanto Shane, que apenas se salva da completa desgraça por ser fofo durante a maior parte do tempo.

Mobias (Jim Rash) e Gail (Melanie Lynskey) são maravilhosos e poderiam ter aparecido muito mais.

Obs1: pensava na Jennifer Lawrence toda vez que via a Britt Robertson.

Obs2: pensava na Annaleigh Ashford toda vez que via a Ellie Reed.

 

Nota (0-10): 8

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