Crítica Fallout S1: bom passatempo

Criado nos anos 1990, o jogo de videogame Fallout virou um grande sucesso. Como não poderia deixar de ser, muitas continuações foram lançadas para dar sequência a essa história que se passa em uma realidade paralela retrofuturista onde bombas atômicas foram lançadas no mundo em 2077.

Após tentativas fracassadas de transportar esse universo pós-apocalíptico para o cinema, Jonathan Nolan, responsável por Westworld, e Todd Howard, da Bethesda, companhia que detém os direitos autorais de Fallout, conseguiram levar adiante uma adaptação de sucesso.

A série de TV Fallout, lançada há pouco, já foi renovada para uma segunda temporada e recebeu críticas positivas. O retorno anda bom inclusive para os diferentes jogos que integram a história, sendo que eles receberam, em um único dia, 5 milhões de pessoas.

O entusiasmo é tanto que temos inclusive textos como este do The Guardian dizendo que o sucesso global de Fallout, The Last of Us, que venceu 8 Emmys, e The Super Mario Bros Movie, que arrecadou mais de US$ 1 bilhão de bilheteria, seria a prova de que as adaptações de videogames são os novos super-heróis — seria isso um tchau pra Marvel?

Alegria em demasia ou não, é verdade que os estúdios estão investindo em tramas robustas e melhor conduzidas que no passado — eu gosto dos filmes de Resident Evil, mas vamos combinar que são um bom exemplo do quão sofrível podem ser as adaptações, tanto que parei de acompanhar a saga em certo ponto.

É verdade também que Geneva Robertson-Dworet e Graham Wagner, showrunners da série Fallout, têm motivos de sobra para sorrir, assim como a Amazon Prime Video.

O mais curioso dessa relação é que a Amazon representa, hoje, para o nosso mundo em certa medida o que a Vault-Tec Corporation representa no universo do jogo. Estamos falando de grandes empresas que passam por cima de tudo em nome do lucro.

Atendo-se à questão da história da atração, o mais interessante é que ela não reproduz algo anterior, mas traz um enredo novo que se passa após o último jogo lançado até então.

Tudo funciona bem na série. Entretanto, nada é de fato espetacular. As atuações são corretas, ainda que a ingenuidade de Lucy (Ella Purnell) e Maximus (Aaron Moten) por vezes irrite levemente. A fotografia é boa, mesmo que não passe muito do mundano. O texto é interessante, com ênfase nos mistérios.

O fato é que nada salta aos olhos como uma mudança de paradigma na TV — algo que tivemos com Lost e Game of Thrones, por exemplo.

Logo, fica a questão do quanto a série é realmente tudo isso ou todo o burburinho se dá principalmente porque precisam de uma vaca nova para ordenhar, já que das tetas da Marvel e da DC o leite sai ralo.

Deixando de lado todo o confete jogado, o fato é que Fallout é um bom passatempo para o fim de semana.

Nota (0-10): 7

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