Crítica Feud: Capote vs. the Swans: trama esnobe que não empolga

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De um lado, Truman Capote, escritor que, apesar de controverso, é considerado um dos maiores nomes da literatura estadunidense. Do outro, socialites dignas de protagonizar a temporada mais enfadonha de Mulheres Ricas.

A amizade tornada em embate é o foco de Feud: Capote vs. the Swans. Em sua segunda temporada, a antologia criada por Ryan Murphy, assim como muitos shows dele, desce a ladeira criativa visivelmente.

Os atores Tom Hollander e Naomi Watts estão muito bem na pele de Capote e Babe Paley, respectivamente. Devem ser nomes lembrados em premiações futuras — em especial Hollander, até porque, vamos ser sinceros, Capote tem uma personalidade e trejeitos que são um perfeito chamariz para estatuetas, sendo que Philip Seymour Hoffman levou o Oscar ao encarnar o escritor responsável pelo brilhante e polêmico livro In Cold Blood.

Demais atores também estão bem, com destaque para Demi Moore e Jessica Lange, que tiram máximo proveito do tempo diminuto em cena.

Todavia, para além do elenco de peso e da curiosidade em si de trazerem uma história baseada em fatos reais, pouco sobra para ser visto.

As idas e vindas no tempo no primeiro episódio são compreensíveis. Elas dão uma visão mais ampla da história e ajudam a prender a nossa atenção. Entretanto, a partir do segundo capítulo, mais atrapalham que ajudam. O enredo fica desnecessariamente bagunçado.

Pouco é contado da amizade entre os protagonistas ao longo dos anos e sobra muito espaço para um conflito que não tem tanto a oferecer para além da publicação de La Cote Basque, parte do livro nunca finalizado Answered Prayers.

Além da monotonia do roteiro, tudo piora com o fato de que estamos vendo super-ricos esnobes sendo mesquinhos e preconceituosos. Não há um único personagem para o qual torcer. Capote até pode ser genial em muitos aspectos, mas é tão cruel a ponto de ser responsável pela morte de uma das mulheres sobre o qual escreveu. As socialites ostentam muita riqueza, mas são vazias por dentro.

Nesse emaranhado de luxo e podridão, fica a sensação de que a minissérie poderia ter sido um telefilme. Com tempo mais enxuto, talvez as curiosidades atreladas à história não fossem engolidas por tanto glamour decadente.

Nota (0-10): 4

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