Crítica Shrinking S1: começo ruim, mas melhora

Num primeiro momento, a série Shrinking parece uma versão piorada de Ted Lasso. Ambas contam com o envolvimento de Bill Lawrence na criação. As duas comédias integram o catálogo do serviço de streaming Apple TV+. As músicas de abertura soam parecidas e seus protagonistas, Jimmy (Jason Segel) e Ted (Jason Sudeikis), são homens brancos de meia idade que amarguram o fim de um relacionamento e buscam métodos alternativos de atuação no trabalho, o primeiro na terapia e o segundo no futebol.

Se o time de Ted encanta de saída, o mesmo não pode ser dito sobre Shrinking. O pensando inicial é: que desgraça de roteirista acha uma boa ideia a forma completamente antiprofissional como Jimmy está agindo?

Os dois primeiros episódios são fracos, mas as coisas melhoram. A série nunca alça voo alto o suficiente para ser considerada brilhante, mas chega ao décimo episódio com sensação de missão cumprida até ali.

O primeiro ponto é que fica óbvio que a série não glorifica os atos de Jimmy no trabalho. Não é uma história linda de alguém revolucionando a prática. Está mais para o enredo de alguém ferido lutando contra a própria dor de modo atrapalhado.

Nesse quesito, Segel ajuda muito. É inegável o carisma do ator, que nos envolve com o seu jeito estranho e fofo. Sua capacidade de nos seduzir é fundamental para continuarmos assistindo à série.

Todavia, o ponto positivo mais chamativo é outro: o fato de todo o elenco principal ter personalidades distintas e bem desenvolvidas. Nenhum personagem parece estar ali só por estar. Com exceção de Derek (Ted McGinley), que serve apenas de escada para Liz (Christa Miller) bilhar, temos um grupo muito coeso e agradável de se acompanhar. Paul (Harrison Ford), Gabi (Jessica Williams), Sean (Luke Tennie), Brien (Michael Urie) e Alice (Lukita Maxwell) ganham espaço suficiente para justificar as suas presenças.

Acaba que Shrinking fica no meio do caminho. Tem situações engraçadas e personagens queridos. Porém, demora para engrenar e parece mais do mesmo, inclusive com direito a casamento no capítulo final – impossível ser mais clichê que isso.

A boa notícia é que uma certa queda tem tudo para balançar as estruturas. Deixaremos para a segunda temporada o veredicto se é uma produção que veio para ficar ou se merece ser esquecida.

Nota (0-10): 5

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