Crítica Shining Girls S1: Wagner Moura não é capaz de salvar esta tragédia

Um serial killer que viaja no tempo para matar as suas vítimas. Qual seria o segredo dele para conseguir aparecer em diferentes décadas e cometer crimes? Isto que descobrimos na série Shining Girls, da Apple TV+. A produção foi criada por Silka Luisa, que adaptou o livro The Shining Gilrs, de Lauren Beukes.

Ainda que o trabalho tenha uma premissa interessante, falha miseravelmente em nos prender à trama. Tem um dos piores episódios pilotos possíveis. Não por ter erros técnicos visíveis, mas por não cumprir a missão básica de nos dar boas-vindas a esse universo. Nós não conseguimos criar empatia por ninguém e tampouco ter curiosidade para saber o que acontece a seguir. Somos jogados em um trem que se movimenta em território hostil.

Já passa da metade da primeira temporada, que tem oito episódios, quando finalmente é despertada a vontade de saber a resolução. Uma verdadeira lástima, pois temos bons nomes vinculados ao projeto, a começar pelo brasileiro Wagner Moura, que interpreta o jornalista Dan.

Como de costume, Moura brilha com sua naturalidade. A nossa Anitta do audiovisual, ele interpreta em inglês, espanhol e português na série e ainda nos presenteia com uma dancinha regada a substâncias legais e ilegais. É tão bonito ver um ator brasileiro que não apenas é competente no que faz, mas tem posicionamentos progressistas e coração enorme, tendo o merecido destaque.

Moura é tão importante para a trama quanto Elizabeth Moss, que interpreta a arquivista Kirby. Ela, por sinal, sempre está bem, apesar de que em alguns momentos lembre June, sua personagem em The Handmaid’s Tale.

A dupla funciona e se esforça para saber a identidade de Harper (Jamie Bell), que matou várias mulheres, nenhuma com um arco satisfatório na trama. O roteiro é realmente infeliz na humanização da história. Faltam diálogos e ações que adicionem mais camadas a quem acompanhamos.

A questão da ficção-científica também lança dúvidas. A ideia é simples: Kirby e Harper estão ligados de tal maneira que determinados atos de um podem mudar completamente a vida do outro. Fácil de entender, mas por que uma mudança de curso agora afetaria o passado e não apenas o futuro?

A série, que ainda não foi renovada e talvez nem seja, traz respostas simples e não sabe desenvolver o mistério gradualmente para instigar. Pouco sabemos até o sexto episódio, quando passamos a saber tudo. Nesse ponto, entretanto, muita gente já deve ter desistido de descobrir o que acontecerá quando Harper for pego.

Nota (0-10): 4

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