Após uma estreia robusta que fez a série se tornar indispensável, Reservation Dogs volta para uma segunda temporada de dez episódios. A criação de Sterlin Harjo e Taika Waititi dá continuidade à história dos amigos Elora Danan Postoak (Devery Jacobs), Bear Smallhill (D’Pharaoh Woon-A-Tai), Cheese (Lane Factor) e Willie Jack (Paulina Alexis), quatro adolescentes que precisam lidar com o luto e as transformações habituais de quem está amadurecendo.
Infelizmente, ainda que tenhamos narrativas individuais ótimas, a produção como um todo carece de um arco principal que dê rumo aos personagens. Capítulo após capítulo, cresce a sensação de não sabermos exatamente onde a atração quer chegar. Ela parece mais perdida que os jovens retratados.
Por outro lado, alguns trunfos do primeiro ano permanecem. A celebração do povo nativo norte-americano consegue dar um toque especial a muitas ocasiões que seriam apenas banais e já exaustivamente repetidas em cena caso fossem feitas pela ótica dos brancos.
O carisma das pessoas envolvidas é tanto que permite a realização de episódios solos de coadjuvantes com um resultado tão bom quanto os de protagonistas. É bonito o espaço reservado para Big (Zahn McClarnon) e, em especial, Rita (Sarah Podemski), a mãe de Bear. Podemski e seu grupo de amigas brilham e poderiam ter um spin-off só delas.
Como já mencionado, o problema reside na falta de um enredo central sólido. Quando Elora, Bear, Cheese e Willie Jack finalmente chegam à Califórnia, não há uma sensação de recompensa para o público, pois essa busca, tão almejada desde o princípio, se esfacelou com o tempo e só foi resgatada perto do fim da segunda temporada.
Ao eles estarem na beira do mar sem saber o que fazer, dúvidas pairam no ar para nós também. Era isso que queríamos ver? Já não deveríamos ter mais dramas a explorar? O que será deles agora?
Leia a crítica de Reservation Dogs S1
Do Jesus Branco aos espíritos engraçados, temos elementos que ajudam a elevar o material. Todavia, eles não serão o suficiente para salvar a série do marasmo para sempre.
Nota (0-10): 6