A narrativa do príncipe e da plebeia é empoeirada. Se for um conto homossexual, melhora? A primeira temporada de Young Royals provou que ainda é possível criar algo bom de uma fonte tão batida. O drama sueco de Lisa Ambjörn, Lars Beckung e Camilla Holter mostrou potencial e virou um hit.

Mais de um ano depois, voltamos para o colégio interno Hillerska para acompanhar o turbulento romance de Wilhelm (Edvin Ryding) e Simon (Omar Rudberg). O problema é que, bem, faltou romance.

Infelizmente, os protagonistas foram afastados durante boa parte dos seis episódios da segunda temporada. A eterna troca de olhares e acusações não deu liga. Todo um ciclo foi desperdiçado. A série seguiu a fórmula padrão de separar o casal como se a união deles impedisse o florescer do enredo. E fica fácil perceber que os problemas são tantos que a trama poderia fluir tranquilamente a partir da união deles contra o mundo.

Wilhelm perdeu o irmão, teve um vídeo íntimo seu vazado e está impedido de ficar publicamente com quem ele ama. É algo muito forte que justifica todo o seu sofrimento. Entretanto, passado tanto tempo desde esses acontecimentos da primeira temporada, a série falha em nos reconectar à dor do personagem e muitas vezes ele parece apenas um fantasma vagando de uma sala para a outra.

De modo geral, faltou vivacidade para equilibrar clima tão pesado. Todas as tramas que não partem do elenco principal são tratadas com bastante desleixo, como o romance lésbico de duas amigas de Sara (Frida Argento) e Felice (Nikita Uggla).

A própria introdução de Marcus (Tommy Wättring) é frustrante. Ele nitidamente está ali apenas para formar o triângulo amoroso e ser descartado. Sua figura é unidimensional e nada lapidada.

Leia a crítica de Young Royals S1

Felizmente, o último episódio funciona quase como uma promessa de tempos melhores. Para o bem de Wilhelm, Simon e nosso, espero que a série tenha a coragem de desbravar territórios mais incertos daqui para frente.

Obs: a trilha musical está excelente, em conformidade com o público abordado.

Nota (0-10): 5