Only Murders in the Building, comédia criada por John Hoffman e Steve Martin, revelou-se uma das boas surpresas do ano passado. Sua primeira temporada foi encantadora e trouxe uma sintonia peculiar entre os protagonistas Charles-Haden Savage (Martin), Oliver Putnam (Martin Short) e Mabel Mora (Selena Gomez).
Assim com os fãs do fictício podcast gravado pelo trio, o público da série mal podia esperar pelo próximo episódio. O desfecho foi recompensador e, apesar de premiações nem sempre serem o melhor termômetro para dar um selo de qualidade, vale pontuar que a produção foi uma das grandes indicadas ao Emmy.
Logo, a expectativa pela segunda temporada era alta – e, felizmente, esta é um êxito. Only Murders in the Building continua tão charmosa quanto era. Verdade seja dita, em nenhum momento consegue atingir o ponto de brilhantismo, mas a trajetória é gostosa de acompanhar como outrora. Aliás, num exercício de metalinguagem, a série brinca muito por meio do podcast com a pressão que recai sobre temporadas seguintes de um grande sucesso.
O elenco, como de costume, dá show. Short permanece impecável em seu timing cômico. É o verdadeiro grande astro, ainda que em tamanho de amostra grátis. Jackie Hoffman, que vive Uma Heller, poderia ter uma série só dela praguejando o tempo todo. Michael Cyril Creighton, intérprete de Howard Morris, precisa urgentemente de uma comédia romântica só dele e de seu novo amor.
Quem destoa é Selena Gomez, que parece muito engessada no papel. Não está ruim, mas isso porque sua personagem não ganha contornos difíceis de serem alcançados. Precisa ser mais desafiada para ser vista como uma atriz no mesmo patamar dos demais.
Leia a crítica de Only Murders in the Building S1
Nos outros quesitos, a atração funciona bem. Uma daquelas séries que assistimos quando queremos espairecer. Talvez falte algo que a torne realmente especial. Ou talvez, no seu modo encantador de ser, já seja e eu apenas não reparei em todas as evidências ainda.
Nota (0-10): 7