Crítica Lov3 S1: boa produção latina

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Relações de afeto, sejam entre familiares, amigos ou amantes, muitas vezes são difíceis. Cada pessoa é única – para o bem ou para o mal. Os irmãos Sofia (Bella Camero), Beto (João Vithor Oliveira) e Ana (Elen Clarice) bem mostram isso. Os protagonistas da série brasileira Lov3, de Felipe Braga e Rita Moraes, tropeçam muito na por vezes frustrante viagem que é amar.

Filhos de um relacionamento falido, tomam rumos diferentes quando a mãe, Baby (Chris Couto), anuncia que irá se separar do pai deles, Fausto (Donizeti Mazonas), e precisará cobrar aluguel pelo imóvel onde os três estão.

A série tem um início interessante e bom o suficiente para nos deixar curiosos pelos próximos capítulos. O roteiro afiado é recheado de passagens engraçadas, que, bem verdade, ficam mais raras no decorrer da trama. O texto não sustenta o charme inicial, mas em nenhum momento pode ser classificado como ruim.

Camero, recentemente um dos destaques do longa Marighella, entrega uma Sofia com quem conseguimos nos afeiçoar, apesar das atitudes questionáveis da personagem. Sua interação com o trisal Isa (Ingrid Gaigher), Joaquim (Caio Horowicz) e Matheus (Jorge Neto) é cheia de altos e baixos, carências, egoísmos, companheirismo.

Oliveira ganha um arco menos caótico. Parecido em excesso com o pai, Beto precisa amadurecer e tomar as rédeas de sua vida. Irrita um pouco ao prolongar o pseudo-relacionamento com o hétero curioso (Tatsu Carvalho) e esperamos que seja menos trouxa logo.

Clarice, por sua vez, abre o relacionamento com Artur (Drayson Menezzes) na tentativa de salvar o que eles têm. É uma boa trajetória, mas dona de alguns diálogos superficiais que não transmitem veracidade.

A produção como um todo também sofre com falta de brasilidade. O fato de nem ao menos ter sido gravada aqui é perceptível no material final, que parece mirar mais no exterior do que no público interno.

Amor, o tema principal da atração, não é afetado por isso, vale dizer. A mensagem, fria ou não, chega até nós: amar, não importa como, é um delicioso e dolorido caos.

Nota (0-10): 6

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