A primeira temporada de Emily in Paris foi curiosa. Apesar do roteiro capenga, a beleza da capital francesa e o figurino utilizado pela protagonista interpretada por Lily Collins conseguiram dar o charme necessário para a série ser um bom passatempo.
Em seu segundo ano, a produção ainda tem esses dois pontos positivos, sendo que a cidade onde a história se passa brilha com ainda mais força. Acontece que a trama é tão deplorável que, se antes nós víamos o meio copo cheio, agora é gritante o meio copo vazio.
O romance de Emily e Gabriel (Lucas Bravo) é insosso. Espero que o chef europeu seja melhor em elaborar pratos do que é em conduzir sua vida amorosa, que não nos dá apetite algum em assistir.
A presença de Camille (Camille Razat) e a adição de Alfie (Lucien Laviscount) só multiplicam o nível de chatice do enredo, que se assemelha aos piores enlatados norte-americanos – sim, pode mudar o continente, mas a gosma pasteurizada é a mesma.
Até Mindy (Ashley Park),muito divertida, ganhou um romance sem graça para si. É impressionante como conseguiram transformar a cidade do amor na antítese disso. Dá vontade de dizer para as pessoas fazerem tudo em Paris, menos se apaixonar.
O triste é que esse fio narrativo sufoca outro mais interessante, o profissional. Silvie (Philippine Leroy-Beaulieu), Julien (Samuel Arnold) e Luc (Bruno Gouery) conseguiram ganhar a nossa simpatia com o passar do tempo. Além disso, toda a disputa neste campo é mil vezes mais interessante do que o conflito entre Emily e Camille.
Leia a crítica de Emily in Paris S1
Acaba que a série parece ser tão velha quanto Paris, mas sem o mesmo charme. Podia nos entreter, mas escolheu servir uma sopa de chuchu sem tempero.
Nota (0-10): 2