Uma das produções mais comentadas do ano, a minissérie WandaVision, uma criação de Jac Schaeffer, trouxe grande público e prestígio para o ainda recente serviço de streaming Disney+.
A atração tem como protagonistas o casal de super-heróis Wanda (Elizabeth Olsen) e Vision (Paul Bettany), integrantes dos blockbusters da série Avengers. A transposição do cinema para a tela menor pode ser menos sedutora para aqueles que como eu foram levados à exaustão pelo tamanho do universo da Marvel e não o acompanham mais. Entretanto, ainda que ligado a acontecimentos maiores, o show funciona bem como produto isolado.
Isso porque sua abordagem para o luto é interessante e inovadora. Todo o arco fantasioso que faz aplacar a dor da personagem principal não apenas é instigante, mas saudosista – vemos um tributo a diversos sitcoms que, década após década, trouxeram um pouco de alegria para vidas nem sempre fáceis.
Olsen e Bettany estão em boa forma nos seus papéis, principalmente a primeira, que transita bem entre comédia, doçura e o peso insuportável da perda de quem mais amamos. O mistério sobre o que ocorre na pequena cidade é revelado com parcimônia, uma qualidade nem sempre vista em séries ligadas a super-heróis.
Agnes, a vilã, também brilha. Confesso felicidade por sua intérprete, Kathryn Hahn, que acompanho desde Transparent. É uma atriz talentosa que deveria ter alcançado maior sucesso antes.
Um acerto do Disney+, vejo WandaVision como um trabalho melhor lapidado que The Mandalorian e séries menores como The Flash. Ainda assim, falta a força de Daredevil e a profundidade primorosa de Whatchmen.
Nota (0-10): 7