Crítica Young Royals S1: drama gay imperdível

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Na tentativa de tornar a vida do príncipe Wilhelm (Edvin Ryding) mais regrada, a família real sueca o envia para terminar os estudos em um prestigioso internato no interior do país. O adolescente vê sua vida virar de cabeça para baixo ao se apaixonar por Simon (Omar Rudberg), aluno não interno com bolsa de estudos, e com a morte do seu irmão mais velho em um trágico acidente, fato que faz ele tornar-se o primeiro na linha sucessória ao trono.

A fictícia realeza integra o drama Young Royals, uma criação de Lisa Ambjörn, Lars Beckung e Camilla Holter com potencial para ser a próxima sensação da Netflix. Tem-se comparado a série com The Crown, Elite e Bridgerton, por exemplo. Com exceção de The Crown, que tem produção impecável em todos os sentidos, o trabalho filmado na Suécia é sem dúvida superior.

Ao contrário de Elite, que empilha corpos e parece mais uma agência de modelos para adultos infantilizados com bastante apetite sexual, Young Royals soa real.  Jovens com espinhas no rosto tentam navegar os mares turbulentos de uma fase de descobertas.

A velha história do amor proibido ganha nova roupagem com o texto sensível escrito sob o comando de Ambjörn. Desde Call me by your name, vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado, não via um romance gay com o mesmo potencial para nos emocionar e deixar-nos apaixonados.

Ainda que jovens, os protagonistas Ryding e Rudberg são competentes. Eles têm química em cena e no segundo episódio, mesmo que os personagens mal tenham se conhecido, fica a impressão de que já deveriam estar juntos há tempos. A naturalidade dos diálogos e dos fatos contribui para essa sensação de que tudo está certo, ainda que o roteiro flerte com algumas escolhas fáceis para costurar os arcos dramáticos.

O time de coadjuvantes, corretamente enxuto, já que são apenas seis capítulos na primeira temporada, também agrada. As personagens Sara (Frida Argento) e Felice (Nikita Uggla) se destacam – com ênfase na última, menina negra, vinda de uma família rica, que tem dificuldade para atender as expectativas.

Ser bom o suficiente é um dos temas em pauta. August (Malte Gårdinger), o mais próximo que temos de um vilão, toma medicamentos controlados para aguentar a pressão. Ainda que sejam jovens em sua maioria privilegiados, não vivem em contos de fadas.

O tom da atração como um todo é de sobriedade, seja para abordar a sexualidade, a diferença de classes e outros temas bem-vindos. Encerro a crítica com a música Revolution, que compõem a trilha e captura o poder da série.

Nota (0-10): 9

1 comentário Adicione o seu

  1. Mauro disse:

    Depois da tua crítica, me atirando!

    Curtido por 1 pessoa

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