Crítica Bridgerton S1: linda e dispensável

De Ariana Grande a Billie Eilish, hits modernos transformados com toques clássicos. A trilha musical de Bridgerton, série de época criada por Chris Van Dusen a partir dos romances de Julia Quinn, melhor exemplifica o tom da produção.

A era georgiana é trazida à tela em sua melhor forma, com uma direção de arte impecável, vestidos de rica beleza e castelos luxuosos. Ao mesmo tempo, seus personagens apresentam um frescor bem-vindo a uma trama histórica que poderia ser apenas branca.

Deixadas de lado as discussões sobre sua aparência real, a rainha Charlotte (Golda Rosheuvel) triunfa como mulher negra no centro do poder europeu. O duque de Hastings, Simon Basset (Regé-Jean Page), seduz-nos instantaneamente com sua beleza. Enquanto isso, Marina Thompson (Ruby Barker) tem uma das subtramas mais atrativas da atração.

Decididamente, a diversidade dos personagens é um acerto. A falta de implicações decorrentes disso, por outro lado, gera dúvidas. A leveza da abordagem é interessante, está em sintonia com o resto da série. Ao mesmo tempo, parece faltar profundidade – mais culpa do enredo como um todo, não apenas desse ponto em específico.

A trama central é, na melhor das hipóteses, apenas correta, nada além disso. Daphne (Phoebe Dynevor) é insípida, não consegue nos convencer que tenha algum atrativo que mereça tanta atenção. Até mesmo o drama do irmão mais velho, Anthony (Jonathan Bailey), carrega consigo uma dificuldade mais curiosa.

As amigas Penelope (Nicola Coughlan) e Eloise (Claudia Jessie), apesar de empáticas, nunca se firmam como alívio cômico. Ainda assim conseguem se destacar – pouco pelo próprio mérito, mais por estarem em meio a muitos arcos inexpressivos.

Bridgerton foi lançada na época certa do ano. É um daqueles presentes bem vistosos que brincamos durante algum tempo, sem compromisso algum, e depois simplesmente deixamos de lado. A série bem faz lembrar que não há nada de errado em entreter-se um pouco. Todavia, facilmente é esquecida após a temporada de cortejos.

Nota (0-10): 6

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