O filme Love, Simon, de 2018, foi a primeira grande produção de um estúdio de cinema a focar em um romance adolescente gay. Com base no livro Simon vs. the Homo Sapiens Agenda, de Becky Albertalli, a película de Greg Berlanti trouxe uma história leve e terna.
O sucesso deu sinal verde para uma série derivada que se passa na mesma escola, em Atlanta, após Simon (Nick Robinson) já ter se mudado para Nova York. A comédia romântica Love, Victor, de Isaac Aptaker e Elizabeth Berger, foca nos dramas e nas descobertas de Victor Salazar (Michael Cimino), jovem que igualmente precisa lidar com a própria homossexualidade.
A atração da Hulu certamente consegue manter o mesmo astral do filme. Os protagonistas são fofos e rapidamente nos despertam empatia. Cimino, que interpreta o personagem-título, consegue nos conquistar com um dos seus sorrisos encabulados. Não é por menos que logo o personagem faz o coração de Mia (Rachel Hilson) bater mais forte. Esta, por sua vez, também é cheia de encantos. Só não tanto quanto Benji (George Sear), o galã romântico que todo jovem LGBT gostaria de conhecer.
Quem também é cheio de carisma é Felix (Anthony Turpel), que infelizmente é diminuído por Lake (Bebe Wood), garota popular que não quer que os outros saibam que eles estão ficando. Nesse momento vale destacar o maior problema da série. Assim como a história da menina que não quer ser vista ao lado de um jovem impopular, todas as outras tramas não apresentam absolutamente nada que não seja previsível.
Quando a comédia começa, já temos plena noção de qual será o arco de Victor – e tudo sai como o imaginado, culminando no já mais do que desgastado baile no qual toda a verdade acaba por ser revelada.
Vejam bem, a atração definitivamente não é ruim. Deve ser comemorada, claro, já que traz o personagem gay não apenas como o melhor amigo do protagonista, mas na posição principal. No entanto, é fato que não se sobressai em nenhum quesito.
As atuações são apenas boas, o roteiro não surpreende, os quesitos técnicos são nulos, a vinheta de abertura é pouco inspirada. Acaba sendo uma perfeita pedida para um fim de semana em família. Nada muito além disso.
Nota (0-10): 6