Uma comédia canadense pouco conhecida pelo grande público. Após receber indicações nas principais categorias do Emmy, Schitt’s Creek ganhou o mundo sem deixar de ser uma daquelas séries despretensiosas com uma pegada indie.
Infelizmente, o reconhecimento da crítica veio próximo ao final. Depois dos holofotes, restaria para nós apenas mais uma temporada. Recém-exibido, o sexto ano foi perfeitamente planejado para agradar seus fãs e deixar saudades.
Moira (Catherine O’Hara), nossa intrépida matriarca, dá início à derradeira caminhada de forma cômica: presa dentro do armário, de onde é obrigada a sair após um princípio de incêndio. O’Hara bem que merece alguns prêmios para marcar tão inesquecível personagem. A senhora Rose é doida na dosagem certa, ficará em nossos corações. Em determinado momento, ao falar, outra pessoa diz não a compreender. Ri muito porque igualmente não fazia a mínima ideia do que ela havia dito – e isso foi tão engraçado.
Sem nunca tirar um dos pés do seu mundo fantasioso, Moira nos brindou com a premiere mais hilária de todos os tempos. Corvos – que nem ao menos corvos eram – aterrorizaram os presentes e viraram febre na internet. Uma cena para dar inveja a Hitchcock.
Claro que do limão podemos fazer uma limonada. Alexis (Annie Murphy) usou o episódio a seu favor e finalmente ganhou rumo profissional. Até mesmo Stevie (Emily Hampshire), sempre o elo mais fraco do grupo, conseguiu finalmente sair dos mares sem fim em que estivera perdida e chegou à praia sã e salva.
Roland (Chris Elliott) e Jocelyn (Jennifer Robertson), principalmente esta, terminaram a maratona em melhor forma. Ganharam seu merecido espaço na trama e foram promovidos a sócios de Johnny (Eugene Levy).
O patriarca da família Rose finalmente dá a merecida volta por cima. E carrega consigo o amadurecimento de toda a família, inclusive David (Dan Levy). É interessante ver a dinâmica desses que são pai e filho tanto na ficção quanto na vida real.
Leia a crítica de Schitt’s Creek S5
David foi quem ganhara mais espaço com a história de amor com Patrick (Noah Reid) – que particularmente não sei como aguenta tantas falhas. Talvez o príncipe encantado realmente exista. E, mais do que isso, não se importe com um happy ending antes do casamento.
Já próximo à despedida, tivemos um penúltimo episódio muito robusto, feito para dar destino a todos, e um final voltado apenas ao amor. Um desfecho sem nenhuma surpresa. Entregou o que esperávamos e eterniza a atração em nossos corações.
Nota (0-10): 9