Crítica Sex Education S2: frescor juvenil

A difícil tarefa de falar sobre sexo. Ou melhor, a nem tão difícil tarefa de falar sobre sexo. Quem sabe, em verdade, seja uma tarefa muito fácil que apenas se torna complicada em sociedades repressivas.

Sex Education, série criada por Laurie Nunn, mostra que a última opção é a mais válida. Em sua segunda temporada, a comédia dramática prova que é possível abordar o tema com leveza. Ela traz um frescor necessário em tempos tão inquietantes.

Neste segundo ano, continuamos acompanhando as aventuras de Otis (Asa Butterfield), sua mãe Jean (Gillian Anderson), o amigo Eric (Ncuti Gatwa) e a amada Maeve (Emma Mackey). O grupo segue desenrolando o novelo da vida e, para isso, conta com adições importantes.

A mais chamativa é a de Rahim (Sami Outalbali), que chega disposto a roubar o coração de Eric – que, como bem sabemos, já tem dono. A dinâmica entre os dois e Adam (Connor Swindells) é interessante. Não porque seja algo muito diferente do típico triângulo amoroso, mas porque qualquer pessoa que já se apaixonou sabe que o coração não segue a razão. Não importa o quão perfeito Rahim possa ser. No fim das contas, é Adam que faz o sangue ganhar velocidade e aquecer todo o corpo.

Quem também ganhou novo pretendente foi Maeve. O vizinho Isaac (George Robinson) é mais um acerto ao trazer um arco que vai além de sua deficiência física. Este é um fenômeno que podemos ver em produções mais progressistas – o de pessoas estigmatizadas pela sociedade terem uma vida muito além de seus problemas. Outro bom exemplo recente é Euphoria, com uma coprotagonista adolescente trans.

Leia a crítica de Sex Education S1

Diferentes personagens secundários também ganharam plots dignos de nota. Jackson (Kedar Williams-Stirling), agora com a ajuda de Viv (Chinenye Ezeudu), consegue fugir da pressão imposta pelas mães. Anwar (Chaneil Kular) torna-se mais simpático ao expor sua insegurança. Aimee (Aimee Lou Wood) aborda o trauma decorrente de um abuso sexual no ônibus. Ola (Patricia Allison) descobre-se pansexual com a ajuda de Lily (Tanya Reynolds).

Citar tantos personagens não é um puro exercício de memória. Isso demonstra o quanto a produção não se esgota em seus protagonistas. Sex Education nos faz sorrir e acreditar em um mundo sem tantas amarras.

Nota (0-10): 9

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