Um ano conturbado. Definitivamente, 2019 mostrou-se um teste para a nossa saúde mental. Líderes loucos, xenofobia, racismo, LGBTfobia. Foram diferentes pontos problemáticos. Em meio ao caos, a ficção abraçou o seu papel transformador e fez tanta dor virar arte. Foram muitas as atrações que renovaram nossas esperanças em um mundo melhor – e, abaixo, o criador do Temporada, Douglas Roehrs, traz as suas escolhas para produções de destaque. Após The Handmaid’s Tale vencer a primeira edição do Troféu Temp e Pose levar a melhor no segundo ano, chegou o momento de conhecermos a nova campeã.
Melhor atração do ano: Years and Years
Toda a atual loucura nos levará aonde? A minissérie britânica tomou a liberdade de mostrar um pouquinho de um possível futuro. Foi um vislumbre aterrorizante, dolorido. Também fez desta produção a mais genial de 2019. É um trabalho primoroso que nos faz refletir.
Melhor série: Fleabag
Muito tempo se passou entre a primeira e a segunda temporada da série. Neste novo e último ciclo, o mundo já conhece e reconhece o talento de Phoebe Waller-Bridge, que se tornou um dos nomes mais promissores do entretenimento. Ela merece todos os louros por entregar uma obra profunda e inteligente.
Segunda melhor série: Dark
Escolher a segunda melhor série do ano, que equivale a uma medalha de bronze, foi complicado. Há muitas atrações que merecem. Todavia, é preciso dar destaque para Dark, que nos envolve como poucas em sua teia de mistérios.
Melhor minissérie: Chernobyl
A fotografia é um deleite. O roteiro é exemplar. A direção é precisa. Os atores estão em sua melhor forma. É um trabalho impecável e marcante.
Segunda melhor minissérie: Watchmen
Uma realidade alternativa que em muito se parece com a nossa. É dor traduzida em força. Imperdível.
Melhor episódio: ronny/lily (Barry)
Em seu segundo ano, a comédia Barry abraçou com ainda mais vigor seu lado peculiar e isso é mais evidente em ronny/lily, um episódio nada menos que espetacular. É fácil rir diante dessa quase paródia de O Tigre e o Dragão e Kill Bill.
Melhor performance do ano: Michelle Williams (Fosse/Verdon)
Williams e seu companheiro de cena Sam Rockwell entregam um resultado maduro e arrebatador. Ela é uma das grandes atrizes desta geração – e merece todos os prêmios possíveis.
Melhor atriz: Catherine O’Hara (Schitt’s Creek)
Moira diverte como poucos. Sua loucura nos seduz e, apesar de carregar as falhas comuns da família Rose, faz nós nos apaixonarmos.
Melhor ator: Ben Platt (The Politician)
A série está longe de ser uma das melhores de Ryan Murphy. Entretanto, Platt brilha da mesma forma. Seu carisma e sua voz angelical são incríveis.
Melhor atriz coadjuvante: Dominique Jackson (Pose)
Ela é o que há de melhor na segunda temporada do drama. Deveria ganhar mais e mais espaço, pois entrega uma performance segura e envolvente.
Melhor ator coadjuvante: Simon Helberg (The Big Bang Theory)
Ao contrário de Jim Parsons, que sempre foi reconhecido pela crítica com seu Sheldon, o mesmo não pode ser dito de Helberg. Ofuscado pelo colega de elenco, merece este reconhecimento ao menos na última temporada da comédia, que se despediu em sua décima segunda temporada.