Um sucesso de público e crítica. A série Bodyguard, criada por Jed Mercurio, atraiu para a BBC One a maior audiência do canal para dramas desde 2008. Em seu pico, onze milhões de britânicos acompanharam, ao vivo, o desfecho da primeira temporada, que teve enxutos seis episódios. Além disso, a atração ainda conquistou indicações ao Bafta, Emmy e Globo de Ouro, sendo que Richard Madden, o protagonista, levou a estatueta de melhor ator pela última premiação citada.
Todo esse hype é um indicativo de grande qualidade da obra, não? Mais ou menos. É inegável que ela tenha um ritmo bom e seja bem filmada. Os atores estão comprometidos com os seus papeis e as reviravoltas agradam. Entretanto, fica a sensação de que há muito burburinho por um produto apenas mediano.
Não há um único quesito que seja tratado com desleixo. Por outro lado, também não há nada de extraordinário. Talvez seja um trabalho realizado com um esmero além do esperado para o gênero, mas sem sombra de dúvidas fica distante de Homeland e The Americans, para citar apenas dois ótimos exemplos.
Uma das falhas perceptíveis é o pouco tempo para o desenvolvimento dos personagens. Nós não conseguimos sentir muita empatia por David (Madden) ou Julia (Keeley Hawes), muito menos por Vicky (Sophie Rundle), Sampson (Gina McKee) e os demais integrantes.
Estar indiferente a uma situação é sempre complicado. Não há como ficar tão empolgado com qualquer cena de ação, por mais bem elaborada que seja, se você não torcer por determinada resolução – e essa neutralidade é o caso aqui.
Madden esforça-se para dar vida a um David interessante. No entanto, há certa mecanicidade em seus atos, algo relacionado à profissão que exerce, que nos afasta. De modo geral, o grupo que move a trama é dotado de frieza, carrega um ar estéril.
Logo, ao pesar os elementos da atração, percebemos estar diante de algo que vale ser visto, até mesmo porque tem curta duração. Claro que nem de longe pode ser considerado um dos melhores dramas do ano.
Nota (0-10): 7