Crítica Stranger Things S3: qualidade constante

Stranger Things, uma criação dos irmãos Duffer, transformou-se num tremendo sucesso desde o seu lançamento. Uma das produções mais cultuadas da Netflix, a série conseguiu fisgar público e crítica com uma trama envolvente, misteriosa, divertida e nostálgica. Os anos 1980 apresentados em tela são o convite perfeito para embarcarmos todos juntos em uma aventura com protagonistas mais do que carismáticos.

Mike (Finn Wolfhard), Eleven (Millie Bobby Brown), Will (Noah Schnapp), Max (Sadie Sink), Lucas (Caleb McLaughlin), Dustin (Gaten Matarazzo), Nancy (Natalia Dyer), Jonathan (Charlie Heaton) e Steve (Joe Keery) estão acompanhados, nesta terceira temporada, por Erica (Priah Ferguson) e Robin (Maya Hawke), sempre com a ajuda dos adultos Joyce (Winona Ryder) e Jim (David Harbour).

O primeiro aspecto a chamar a atenção é o cuidado da produção para introduzir o novo vilão sem deixar de lado momentos mais rotineiros que marcam o amadurecimento das crianças. Enquanto o novo conflito é alicerçado com calma, nos sobra minutos preciosos para lembrarmos porque amamos tanto nossos corajosos aventureiros.

O breve respiro até o grupo estar novamente em apuros serve, por exemplo, para darmos mais um passo na abordagem da provável homossexualidade de Will. É interessante o desenvolvimento desta subtrama por diferentes motivos. O primeiro é a necessidade de termos pré-adolescentes e adolescentes LGBTs na ficção. Um jovem gay vai perceber sua orientação sexual quando nascer o desejo, não apenas na vida adulta. Logo, isso não é uma questão ideológica, como os reacionários gostam de berrar. É, sim, uma necessidade de ser fidedigno com a realidade. Outro ponto é que por mais que incomode um pouco o atraso de Will comparado aos amigos, que já estão namorando, faz sentido seu silêncio, pois ele viveu uma situação traumática no mundo invertido e, além disso, vive em uma época muito mais homofóbica que a atual.

Vale observar que a inserção de uma personagem LGBT mais madura pode servir, no futuro, como apoio para Will, caso o roteiro em algum ponto confirme o que até então ficou subentendido.

Leia a crítica de Stranger Things S2

Tratando da parte mais emocionante do enredo, é bom salientar a qualidade dos efeitos especiais. Ao lado de Game of Thrones, que há pouco encerrou sua jornada, e Westworld, ambas produções da HBO, Stranger Things traz o que de melhor podemos ver em computação gráfica na televisão.

Temos sequências de ação realmente empolgantes. Perseguições que conseguem aliar adrenalina com a leveza característica da série. Esta é uma obra feita para ser assistida por todos os públicos – e, neste caso, isso não é demérito algum. Pelo contrário, é satisfatório perceber o empenho em criar um produto de apreciação universal.

Obs: Dr. Alexei (Alec Utgoff) ficará em nossos corações.

Nota (0-10): 9

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