A sétima temporada de Game of Thrones está eletrizante, isso é inegável. A equipe pisou no acelerador e até mesmo o mais chato dos episódios ainda faz a história avançar bastante. Essa mudança de postura ajuda a quebrar recorde após recorde de audiência. Também traz algo imaginável para uma atração sempre muito consistente: a falta de coerência.
Beyond the Wall, sexto e penúltimo capítulo deste ano, é um tanto frustrante. A impressão que fica é que os roteiristas estão dispostos a sacrificar a lógica para chegar onde pretendem. É algo que já vinha sendo constatado recentemente, mas não de maneira tão gritante quanto agora. Não importa que os efeitos especiais sejam incríveis, que a fotografia e a direção de arte sejam impecáveis. Nada disse salva uma construção narrativa problemática.
A trama foca basicamente em dois pontos: o conflito entre Arya (Maisie Williams) e Sansa (Sophie Turner), que se intensifica e ainda não disse exatamente a qual propósito servirá; e a missão de Jon Snow (Kit Harington) e seus companheiros para além da Muralha.
A ida do rei no Norte ao lado de Tormund (Kristofer Hivju), Cão de Caça (Rory McCann), Jorah (Iain Glen) e outros, pareceu descabida desde que foi proposta – um malabarismo tresloucado transvestido de heroísmo feito apenas para empurrar a história para o momento ápice deste episódio.
Leia a crítica de Game of Thrones S7E5
Levanta a mão quem realmente achou que uma meia dúzia de homens, sozinhos, conseguiriam ter êxito nesta busca por um white walker. Seria muito melhor – e mais interessante – se Daenerys (Emilia Clarke) tivesse acompanhado o grupo desde o princípio com seus três filhos gigantes.
Foi risível da forma como ocorreu. Vejam só, com atenção. Gendry (Joe Dempsie) correu até a Muralha, enviaram um pedido de ajuda para Daenerys em Dragonstone, que é bem distante, ela voou para o norte e, enquanto isso, nenhum dos white walkers avançou por causa do gelo, que demorou uma eternidade para solidificar novamente. Nem mesmo o Rei da Noite, que tinha uma lança consigo, pensou em agir em qualquer momento. Para piorar tudo, o João das Neves, após cair na água e sair dela já bem debilitado, foi salvo pelo seu tio, que chegou bem no momento exato, assim como a mãe dos dragões.
Não há como não pensar que isso tudo foi feito de maneira torta e corrida apenas para termos Viserion sendo morto pelo Rei da Noite, que posteriormente o transforma em um integrante de seu exército.
Após isso, ainda tivemos Jon chamando a tia de sua rainha, e uma aproximação cada vez maior dos dois. Realmente não gosto muito da ideia de um relacionamento amoroso entre eles. Entretanto, talvez seja convencido pela série, no futuro, de que isso possa ser algo bom – desde que não queiram transferir o poder dela para ele e consequentemente enfraquecê-la, claro.
Faltando apenas um capítulo para terminar a temporada, parece que minha previsão de que os white walkers irão para o lado sul da Muralha no fim deste ano irá se confirmar. É algo que não faz muito sentido, levando em conta todas as idas e vindas dos outros núcleos enquanto isso. Todavia, ao menos nos garante um fim de série de tirar o fôlego.
Melhor personagem do episódio: Jon Snow.
Melhor cena: Viserion sendo transformado.
Nota (0-10): 6
Obvio que foi pra capturar o viserion, e tia e sobrinho ta tranquilo, temos irmão e irma. O final promete, que venha 2019!
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