Após uma sucessão de episódios nos quais Cersei Lannister (Lena Headey) vinha ganhando força na batalha pelo Trono de Ferro, Game of Thrones chega na metade da sua sétima temporada com uma nova virada de jogo. Em The Spoils of War, capítulo com direção competente de Matt Shakman, Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) ataca a tropa de Jaime (Nikolaj Coster-Waldau) e nos proporciona um dos momentos mais épicos da série.
Foi de tirar o fôlego a vinda dos dothraki acompanhados da jovem Targaryen montada em Drogon. Todo suspense até eles surgirem no horizonte já era prenúncio que estávamos prestes a acompanhar uma ótima sequência de luta – ao contrário de The Queen’s Justice, que se limitou a poucas cenas de ação nas tomadas de Rochedo Casterly e Highgarden, provavelmente pelos altos custos de produção.
Apesar do confronto ser uma vitória para a mãe dos dragões, ligou o sinal de alerta sobre as armas desenvolvidas pelo inimigo. Bronn (Jerome Flynn) conseguiu atingir o animal gigantesco, ferindo-o. Particularmente, parece-me ótimo ter acontecido isso agora, pois Daenerys poderá ver formas de se prevenir para a próxima batalha. Colocar armaduras resistentes em seus três filhos é uma boa solução. Caso eles as tenham, fica ainda mais difícil de serem derrotados.
A sequência final ainda deixou um ótimo gancho com Jaime. Será que ele vai morrer? Eu torço para que seja a despedida dele e de Bronn, até mesmo porque isso deixará Cersei mais deliciosamente ensandecida – e Headey ainda mais merecedora de levar um Emmy pela sua atuação.
Por falar nela, como reagirá o Banco de Ferro quando não receber a prometida soma? Talvez esse único confronto tenha consequências bem mais drásticas. Se pensarmos que só restam três episódios neste ano, e provavelmente a ideia é concluir este arco para a grande luta contra os white walkers, é possível que o destino de Cersei tenha se desenhado de maneira irremediável. Claro que ela ainda tem Euron (Johan Philip Asbæk), atual melhor vilão, ao seu lado. Certamente será emocionante.
Leia a crítica de Game of Thrones S7E3
Já no Norte, Arya Stark (Maisie Williams) finalmente chega em Winterfell. Seu encontro com Sansa (Sophie Turner) conseguiu ser quase tão apático quanto o da irmã e Bran (Isaac Hempstead Wright) no capítulo anterior. É compreensível isso, já que faz anos que elas não se falam – e a relação delas não era lá a melhor possível.
A história do núcleo girou ao redor da adaga feita de aço valiriano dada de Mindinho (Aidan Gillen) para o que sobrou de Bran, que fez questão de logo se desfazer do presente e entregá-lo para Arya. Vale lembrar que é a mesma arma utilizada para tentar assassinar Bran na primeira temporada e vista por Sam (John Bradley) em um livro. Além disso, o corpo insensível de Bran ainda teve tempo de partir o coração de Meera (Ellie Kendrick).
Também tivemos um ótimo duelo entre Arya e Brienne (Gwendoline Christie). Quem não ficou muito feliz com isso foi Sansa, que aparentemente não consegue perceber que é tão forte quanto a irmã, mesmo que de uma maneira diferente.
Em Dragonstone, Davos (Liam Cunningham) ainda enfrenta problemas para apresentar Jon Snow (Kit Harington). Este, por sua vez, está mais preocupado com o vidro de dragão e fez uma bela descoberta na caverna onde desenhos rupestres indicam que os Primeiros Homens e os Filhos da Floresta se uniram para derrotar os white walkers no passado. Foi a deixa para ele convencer Daenerys a lutar ao seu lado e ela, por sua vez, pedir para ele se ajoelhar novamente.
Leia o especial sobre a história anterior a Game of Thrones
Com mais um ótimo episódio, avançamos para a reta final da temporada. Qual será o papel de Theon Greyjoy (Alfie Owen-Allen) daqui para frente? O João das Neves vai lutar ao lado de Daenerys antes de voltar para o Norte? Qual a próxima jogada de Cersei para resistir? Será que os white walkers realmente só vão chegar no lado sul da Muralha no último capítulo deste ano?
Melhor personagem do episódio: Daenerys.
Melhor cena: Drogon sendo ferido.
Nota (0-10): 10