Vampiros, bruxas, lobisomens, ressurreições, a essência do mal. Apesar de não ter muitas novidades em Penny Dreadful, a série criada por John Logan soube trabalhar bem a mistura de seres sobrenaturais e personagens famosos da nossa cultura.
Frankenstein, Dorian Gray e Drácula, entre outros, povoaram a produção, que teve como destaque, sem sombra de dúvidas, a presença de Eva Green no elenco. Sua Vanessa Ives foi, ao mesmo tempo, aterrorizante e apaixonante. A voz, às vezes quase angelical, facilmente tornava-se grave, um arranhar de sílabas que saia imponente, um contraponto ao fácil derramar de lágrimas.
A protagonista, que tomou todas as cenas que participara para si, merecia mais reconhecimento da crítica. Os melhores episódios foram centrados no seu passado: The Nightcomers, da segunda temporada, e A Blade of Grass, do terceiro ano.
Pena que a atração não soube desenvolver tão bem as histórias de todos os personagens principais, mesmo sendo poucos. John Clare (Rory Kinnear), Sir Malcolm Murray (Timothy Dalton) e Ethan Chandler (Josh Hartnett) tiveram fins dignos de suas trajetórias, que por vezes foram tortuosas. Todavia, Gray (Reeve Carney) mostrou-se irrelevante na maior parte do tempo. Sua grande contribuição foi estar ao lado de Lily (Billie Piper), personagem mais interessante da série e que não teve o merecido fim. Sembene (Danny Sapani) sempre foi deixado de lado e Frankenstein (Harry Treadaway) se descolava da trama principal sem carisma suficiente para carregar uma só sua.
Mesmo que o roteiro nem sempre tenha sido tão generoso com todos, a produção mostrou-se consistente. A trilha sonora era dramática no ponto exato e a fotografia e a direção de arte nos deram a melhor visão possível de uma Londres de outrora.
Abaixo, confira cinco cenas poéticas – escolhidas entre muitas que mereciam estar na lista, todas geralmente envolvendo sangue, dança e morte. Caso você não tenha assistido a todas as três temporadas, é aconselhado não conferir o vídeo.