Após perderem os pais em um misterioso incêndio, Violet (Malina Weissman), Klaus (Louis Hynes) e Sunny Baudelaire (Presley Smith) embarcam em uma aventura nada animadora. Órfãos, precisam se adaptar a uma realidade na qual a fortuna herdada vira chamariz para as mais diversas crueldades.
Desventuras em Série, produção baseada em coleção de livros homônima, acompanha a saga dos três irmãos, muito espertos e cativantes. Todos se sobressaem em algum quesito – com destaque para a pequena Sunny, que sabe usar seus pequenos dentes como ninguém e é incrivelmente fofa.
A nova produção da Netflix acerta em cheio com sua estética única. As direções de arte e de fotografia são maravilhosas, sendo que é extremamente agradável quando a câmera transita pelos cenários.
O elenco como um todo também se sai muito bem, com destaque para Neil Patrick Harris. Seu Conde Olaf é tão prazeroso de assistir quanto o vivido por Jim Carrey no cinema. No entanto, é prejudicado, assim como os demais personagens, pelo grande problema da série: não conseguir entreter.
Com exceção do primeiro episódio, no qual se gasta mais tempo apresentando a história, os capítulos são um tanto maçantes, repetitivos. As narrações de Lemony Snicket (Patrick Warburton), inicialmente interessantes, logo acabam soando como interrupções quase sempre desnecessárias.
O roteiro não se empenha em nos sensibilizar, tampouco em arrancar sorrisos sinceros. Para piorar, traz subtextos adultos de maneira irresponsável, já que não os trabalha com o devido cuidado em meio às tramas infantilizadas.
Não há problema algum em buscar soluções fáceis que agradem o público infantil. Entretanto, ao escolher esse caminho, não deveria trazer, por exemplo, falas como a de um dos capangas de Olaf, que disse durante jantar o quanto Violet – que é uma criança, vale ressaltar – é “bonitinha”.
Em tela, além desse indicativo de pedofilia, temos crianças que sofrem agressões verbais e físicas, trabalho infantil, constantes homicídios etc. Tudo sem muitos questionamentos.
Desventuras em Série está longe de ser ruim, mas falha gravemente ao ter oito episódios sem profundidade e que demoram uma eternidade para acabar.
Nota (0-10): 6
SEIS? ESTÃO LOUCOS? VALE NO MÍNIMO 8,5… só vocês estão certos com essa crítica e o resto do mundo errado, né? ruM!
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Olá, Washington. É bacana quando há uma pluralidade de opiniões. No texto, foram dados os motivos para a nota – que não é tão ruim assim. Por exemplo: Westworld, que foi incrível, ganhou 8. Nos critérios do Temp, uma nota realmente ruim seria abaixo de cinco. De qualquer forma, toda opinião contrária será bem-vinda. Abraços!
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