Jovens deslocados se unem para ter voz. Da música nascem momentos de comoção e de alegria. A série Glee, criada por Ryan Murphy, Brad Falchuk e Ian Brennan, foi um marco para a TV. O canto surgido na fictícia William McKinley High School, em Lima, Ohio, ecoou pelo mundo.
Claro que nem tudo foi perfeito. Muitos personagens sumiam sem explicação. Alguns números musicais faziam pouco sentido no contexto da trama. Esta, por sua vez, repetia fórmulas e, não raro, construía situações e as abandonava no mesmo episódio.
A atração começou a perder seu encanto a partir da quarta temporada, pois nunca soube ir em frente sem parecer indecisa sobre qual caminho seguir. Na ânsia para voltar aos tempos de sucesso, caiu num abismo no qual reverenciava a si mesma.
A temporada seguinte selou o fim. Como se não bastasse a perda de Cory Monteith, o episódio Puppet Master foi realmente vergonhoso. Na sexta temporada, a última, houve uma volta às origens para dar desfecho ao show.
Apesar dos problemas, a série soube trabalhar como poucas a aceitação de ser quem você é. Que outra atração ficcional juvenil trouxe tantos personagens gays? Uma transexual adolescente? Um transhomem?
Elxs cantavam suas alegrias e tristezas – e foram tantos momentos lindos que escolher apenas dez foi uma tarefa muito difícil.